PIRAPORA IN CENA

OUTROS REGISTROS DA SEGUNDA FASE
As Enchentes
Em 1906, um fato inédito: ocorreu uma das maiores enchentes do rio São Francisco, de que se tem notícia. Era tal o volume atingido pela águas, que o vapor “Mata Machado”, que se encontrava no porto, pôde subir a corredeira, alcançando a parte alta do rio. No meio do ano as águas já estavam clareando e o seu volume ainda se mantinha elevado. É de se levar em conta que a corredeira tem cerca de mil metros de comprimento, sendo de oito metros a diferença de nível entre os seus pontos extremos. Embora sem a duração alcançada em 1906, tivemos grandes cheias em 1919, 1926, 1942, 1949, 1979, 1980 e 1992.
Padre Peixoto
Com a falecimento do padre Luiz Alberto, assumiu a paróquia, em 1907, o novo pároco, padre Francisco de Salles Peixoto. Entusiasmado com o arraial que se
formava, o padre Peixoto dedicou-se com grande empenho à evangelização de seus paroquianos e foi mais além, interessando-se por tudo o que dissesse respeito ao progresso da comunidade. Antes de se transferir para Pirapora, foi vereador e presidente da câmara municipal de São Francisco e, após a proclamação da República, fora eleito deputado estadual nas duas primeiras legislaturas. Faleceu em 1913, em Lassance, sendo substituído pelo padre Luiz Humberto Beccatini. Seu corpo, a exemplo do acontecido com o do padre Luiz Alberto, foi sepultado na capela da praça dos Carirys. Em 1932, os restos mortais de ambos foram trasladados para a igreja matriz de São Sebastião.
Carlos Chagas
Em 1907, tiveram início em nosso então distrito de São Gonçalo de Pirapora, mais precisamente no povoa-do de São Gonçalo das Tabocas (que é hoje a cidade de Lassance), os trabalhos de Carlos Chagas sobre a doença que tem o seu nome. Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas era médico, nasceu em Oliveira (MG) em 1879 e faleceu no Rio de Janeiro em 1934. Descobriu o Mal de Chagas, revelou sua causa, sua forma de transmissão e seus sintomas, tendo seus trabalhos durado até 1909. A menina Berenice Soares de Moura, de dois anos, que veio a falecer em Buritizeiro em 1981, foi o primeiro ser humano no qual o Trypanosoma cruzi foi identifica-do como hospedeiro.
Outros Moradores
Pirapora despertou para o século XX apresentando uma população urbana de apenas seiscentos habitantes aproximadamente, vivendo em 130 casas. Porém, novos moradores para aqui foram se transferindo, dentre eles, os seguintes, além dos cidadãos anteriormente citados: Pedro Albernaz, Armênio Sarmento, Manoel Antônio Barbosa, Antônio Brasil, Modestino Fonseca, Santos Ramos Cruz, Afonso Diógenes Baeta, José da Silva Maia, José Pedro da Silva, João Eufrásio
da Fonseca, Joaquim Ferreira da Costa, José Caldeira Brant, José Emanoel Burle, Júlio Batista de Souza, Inocêncio de Souza Matos, Maria Ribeiro de Souza (Maria
Boaventura), Alfredo Stemler, Felisberto Holanda Cavalcanti, Thiago Antônio de Andrade, Izídio Ferreira da Silva, Laurenço Justiniano Venesa, Caetano Rocha e a
família Passos.
Os Primeiros Jornais
O primeiro periódico do ainda distrito de São Gonçalo de Pirapora foi o semanário O Pirapora, fundado e dirigido por Álvaro Nascimento. Começou a circular no dia 15 de novembro de 1911. Posteriormente, diversos jornais e boletins, principalmente de cunho político, surgiram e logo desapareceram. Nesta fase, tivemos: O Indiscreto, O Marre-ta, O Município, O Rádio, O Crysol, O Independente, Pirapora-Jornal, O Espião, O Correio de Pirapora, A Justiça, o Telephonio, O Garganta.
A Gripe Espanhola
Em 1918, Pirapora foi atingida pelos efeitos da terrível “gripe espanhola”, causando centenas de vítimas fatais, ocasião em que outras centenas foram salvas pela assistência dos médicos Rodolfo Malard e José Teófilo Marques. A comunidade enlutava-se com as inúmeras perdas humanas, tendo a municipalidade mandado utilizar um novo cemitério, o da rua Montes Claros, abandonando o antigo, da rua Piauí-Velho (atual rua Rotary). E antes de haver cemitério em Pirapora, os defuntos eram enterrados em São Francisco de Pirapora (atual Buritizeiro), ou em Guaicuí. O séquito seguia em canoas.
A Primeira Igreja Evangélica
Em 1919, a Primeira Igreja Batista iniciou suas atividades em Pirapora, sob a coordenação do reverendo O . Mabbox.
O Primeiro Automóvel
Em 1921, chegou a Pirapora o primeiro automóvel, um “Ford-Bigode”. Seu proprietário era o coronel Caetano Mascarenhas, dono da fazenda Nova Estância e
pessoa de prestígio na cidade. Foi uma novidade, mor-mente para aqueles que nunca haviam ido a Curvelo ou a Belo Horizonte. O coronel costumava dirigir seu carro bem devagar, com cuidado, pois a máquina não era assim tão possante, a cidade tinha muita poeira, os postes de luz, feitos de madeira, ficavam no meio das ruas e a população ainda não estava acostumada com a novidade.
Uma Visita Presidencial
Em 7 de outubro de 1922, Pirapora hospedou algu-mas figuras de relevo na política nacional. Para inau-gurar a ponte Marechal Hermes e o hospital Carlos
Chagas, aqui estiveram: Epitácio Pessoa, Presidente da República em final do mandato, Arthur da Silva Bernardes, já eleito Presidente da República e com posse marcada para 15 de novembro, e Raul Soares de Moura, eleito presidente do estado de Minas Gerais. Vieram acompanhados de muitos ministros e secretários. A esperar a ilustre comitiva, estavam as figuras mais representativas da comunidade, tendo à frente o Coronel Ramos. Ao desembarque, foram os visitantes saudados por Euclydes Gonçalves de Mendonça (Dr. Duque), o que levou o Presidente Epitácio a comentar, surpreso, que não esperava encontrar no sertão do norte de Minas um orador de tal nível. Procedidas as inaugurações, houve um almoço, cujo cardápio foi: canja, peixe do São Francisco, tutu de feijão com leitão, perdiz, peru à brasileira, doces e frutas. Os vinhos servidos foram: Madeira, Porto, Diamantina, Ziltinger, Pomar das Freiras. Ao final foram oferecidos charutos, café e licor. Após o almoço, houve passeio pelo rio, na lancha “Paulo de Frontin”. A seguir, como registrou o jornal O Independente, as autoridades “rumaram à Capital da República deixando nos corações piraporenses o vazio das grandes emoções”.
Quem era Quem - 1919
Se elaborado um indicador de profissões e atividades do município de Pirapora por volta de 1919, poderiam nele ser feitos, entre outros, os seguintes registros:
- agente executivo municipal: José Joaquim Fernandes Ramos (Coronel Ramos);
- vereadores: Antônio Nascimento, Felipe Alves Sampaio, Joaquim Rodrigues Santiago, José Drumond de Figueiredo, José Paculdino Ferreira, Manoel Joaquim de Melo;
- juiz municipal: Euclydes Gonçalves de Mendonça (dr. Duque);
- promotor adjunto: Theotônio Canabrava;
- pároco da Igreja Católica: frei Leopoldo wan Win-ckel;
- pastor da 1ª Igreja Batista: reverendo O. Mabbox;
- juiz de paz: Floriano Soares Diniz, tendo Joaquim Fernandes Ramos Júnior (Quincas) e Bento Rocha Barros (Bentoca), como suplentes;
- coletor federal: Raymundo Soares de Santana;
- coletor estadual: Cristóvão de Faria;
- tabelião do 1º ofício: Álvaro Nascimento;
- tabelião do 2º ofício: Cícero Passos;
- escrivão de paz e oficial do registro civil: Victor Quirino de Souza;
- contador e partidor judicial: Martinho José de Souza;
- avaliadores judiciais: Washington Bernardes Barre-to e Carolino Hermeto da Silva
- delegado de polícia: Francisco de Paula Anunciação Severino;
- agente dos correios: Nicanor Carvalho de Figueiredo;
- agente da estação da Central do Brasil: Jacintho Hygino da Cruz;
- comandante do Tiro de Guerra nº 428: sargento Benedicto Machado;
- presidente da conferência vicentina: Coronel Ramos;
- presidente da União Operária Piraporense: Thiago Antônio de Andrade;
- presidente do Pirapora Sport Club: Oswaldo Nasci-mento (Vadote);
- açougueiro: Francisco Freire;
- agrimensores: Álvaro Teixeira Machado, Armênio Sarmento, Joaquim Lúcio Cardoso, Santos Ramos da Cruz;
- agropecuaristas: Altino Mascarenhas, Álvaro Nas-cimento, Arthur Nascimento, Caetano Mascarenhas, Camilo José dos Santos, Carolino Hermeto da Silva,
Clóvis Soares Diniz, Floriano Soares Diniz, Francisco José dos Santos (Chiquinho do Coqueiro), João Bernardino Ferreira, Joaquim Lúcio Cardoso, José Ferreira
Dultra, José Júlio da Silva, Manoel Conceição Araújo, Manoel Joaquim de Melo, Raymundo Nascimento, Targino Soares Diniz;
- alfaiates: Arthur Borges, José Pedro da Silva;
- bancas de jornais e revistas: Marcionílio de Quei-roz, Nicanor Carvalho de Figueiredo;
- barbeiros: Elias Abelim Pereira da Costa, Gustavo Santiago, Octávio Bento da Cunha;
- comércio: Abbés Abdalla, A Primavera (Arthur e Antônio Nascimento e o Coronel Ramos), Trapiche do Norte (Antônio, Raymundo, Arthur e Álvaro Nascimento), A Vantajosa (Salomão de Almeida), Bazar Pirapora (Felipe Alves Sampaio), A Moderna (Magid e Felipe Assad), Durish & Cia. (Manoel Moraes), Cardoso & Mendes, Antunes & Mendes, Raul Passos & Cia., Bento Rocha Barros (Bentoca), Caetano Rocha, Carolino Hermeto da Silva, Januário Ribeiro, João Marques de Oliveira, José Drumond de Figueiredo, José Emano-el Burle, José Jorge Hatem, Manoel Conceição Araújo, Nelson Alves Pereira, Osório Francisco Gonçalves, Paulo Mariano Machado, Pedro Jorge Hatem, Salomão Abdalla, Theodório Attanázio, Theotônio Canabrava, Washington Barreto;
- dentistas: A .F.Melo, Humberto Moreira Sobrinho;
- engenheiros: Astério Lobo, Fanor Cumplido, José Paculdino Ferreira, Otávio Carneiro;
- farmácias: Gonzaga & Ramos (Celso Gonzaga Pe-reira da Fonseca e Joaquim Fernandes Ramos Júnior) e Castro (Raymundo de Castro);
- fotógrafo: Antônio Quirino de Souza;
- hotéis: Internacional (Malvina de Oliveira), Oriente (José da Silva Maia), Viajantes (Pedro de Castro);
- indústrias: Companhia Indústria e Viação de Pira-pora (Otávio Carneiro, Astério Lobo e o Coronel Ra-mos), Fábrica de Refrigerantes (Raul Passos e Adelino
Afonso Baeta Neves), Saponificação América (Olíbrio Ferreira Lima);
- médicos: Amadeu Passos, Antônio Campos Pitangui, Arquicioníades Gonçalves de Mendonça (dr.Nides), Ferreira Machado, Rodolfo Malard;
- navegação: Viação Fluvial do São Francisco (sob a gerência de Joaquim Rodrigues Santiago), Companhia Indústria e Viação de Pirapora (já mencionada acima),
Nascimento & Irmãos (Antônio, Raymundo, Arthur e Álvaro Nascimento);
- ourives: Amaro Barboza;
- padarias: Gumercindo Bento da Cunha, Luiz Alves de Medeiros (Tota), Thomaz de Carvalho Lago;
- professores: Blandina Magalhães, Eliza Teixeira de Carvalho Sarmento, Herondina Rosa, Inês Baeta Neves, Inocêncio de Souza Matos e sua esposa Emiliana Maria da Conceição, José Marinho da Rocha, Julita Primogênita Alves Sampaio,
- revendedor Ford: Arthur Nascimento;
- sapateiros: Afonso Diógenes Baeta, Severo José da Cruz;
- tintureiro químico: Sebastião Oliva;
- tipografia: Nascimento (Álvaro Nascimento).
A Vida que se Levava
Em 1912, o povo viu com alegria a inauguração do cine-teatro Avenida, estabelecido em prédio da avenida hoje denominada Tiradentes e era na época chamada
de São Francisco. Pertencia aos sócios Adelino Afonso Baeta Neves e Raul Passos. Foi fechado em 1926. É de se lembrar que os filmes exibidos naqueles tempos eram mudos e sempre em preto e branco. O fundo musical consistia nos sons do piano de Onélia Santana e dos violinos de Lilita Machado e de Anália Vale Moreira. Em 1913, outro cinema foi inaugurado, desta vez o cine Progresso, nome que espelhava a fase então vivida pelo município. Pertencia à empresa Gomes & Irmão e ficava na praça Carirys, onde depois funcionou o clube Recreativo e, mais recentemente, a loja das Casas Bahia. Deixou de funcionar em 1919.
Antes destes dois cinemas, há registros de um outro, ambulante, dos irmãos Castro Barbosa Para alegrar ainda mais a cidade, havia a Lyra Piraporense, dirigida por Manoel de Carvalho e tendo Afonso Diógenes como maestro. Foi a primeira banda de mú-sica a se organizar na comunidade, tinha sede própria e
oferecia aulas de música gratuitamente aos sócios e seus filhos. A segunda banda foi a Sociedade Filarmônica Santa Cecília, fundada em 31 de agosto de 1919, sendo Camilo Alves Sampaio seu primeiro presidente. Em 1914, saiu às ruas, pela primeira vez, a folia de reis formada por Jordelino da Costa Alkmim. Durante
meio século, esse bloco levou alegria a muitos lares piraporenses, A ausência do rádio tornava difícil a difusão de músicas. Só raramente se via alguém cantarolando uma modinha de Donga, de Pixinguinha, ou de Chiquinha Gonzaga, aprendida com quem tivesse vindo do Rio de Janeiro. Algumas modalidades de danças populares faziam parte dos costumes do povo: o São Gonçalo, o carneiro, o lundu, a dança de roda, que foram aos poucos cedendo espaço ao chorinho, à valsa, ao tango, à modinha e às canções sertanejas. O maxixe não era bem visto. Ha-via bailes no cine Avenida ou em casas de família, como
nas do Coronel Ramos, major Raymundo Nascimento e Francisco Freire. O operariado se congregava em torno da União Operária. Cecy Farias Ramos, esposa do Coronel Ramos, tomava as iniciativas na área cultural. Os jovens se empenhavam nas partidas de “football”. As mães vestiam suas filhas de anjo para coroar Nossa Senhora no mês de maio. A meninada podia saborear um gostoso refrigerante produzido na fábrica montada por Baeta Neves e Raul Passos na rua Rio de Janeiro (hoje, rua Argemiro Peixoto), que produzia guaraná, groselha e soda limonada. Em 1913, chegaram as dez primeiras bicicletas, adquiridas por Armênio Sarmento e revendidas na comunidade. Para alegria de muitos, foi aprovada em 1918 a lei municipal que determinava o fechamento do comércio
aos domingos, no dia de Natal e sexta feira da Paixão. O projeto de lei foi uma iniciativa do vereador José Paculdino Ferreira. A lei anterior, de 3 de julho de 1912,
mandava fechar às vinte e uma horas nos dias úteis e ao meio dia nos domingos. E assim, o povo ia levando a vida em frente, vendo acontecer aqueles fatos mais comuns, próprios de uma cidade pequena, de interior, em franca expansão. Revendo-se antigas publicações, vê-se, por exemplo, o jornal Correio de Pirapora, em edição de 4 de julho de 1915, retratar o clima de harmonia reinante na comunidade, ao registrar a seguinte notícia: “Domingo passado, foi nosso boníssimo amigo major Raymundo Nascimento alvo de significativa e imponente manifestação. Grande número de cavalheiros e distintas famílias piraporenses, tendo à frente a esplêndida banda musical regida pelo maestro Affonso Diógenes, foram a sua residência saudá-lo pelo seu aniversário natalício.
Na porta, interpretando o sentimento dos manifestantes, falou o nosso amigo Armênio Sarmento. O seu discurso foi vivo, eloquente e imaginoso. Convidados pelo homenageado, entraram todos, sendo servido um profuso copo d'água, reinando a maior cordialidade, regada pela loura espumante cer-veja Brahma, a rainha das cervejas. Saudando a exma. D. Ernestina, falou o Cel. Fernandes Ramos, presidente da Câmara. A mocidade, que não perde vaza, improvisou um baile, dançando animadamente até a hora do cinema. A todos, a exma. família do major Raymundo Nascimento dispensou as maiores gentilezas”. Na mesma edição do jornal, outra notícia dizia que “o sr. Capitão Anunciação, autoridade enérgica, zelosa e competente, tem sido a segura garantia da ordem em nosso Município”. Tempos depois, era a vez do semanário O Indepen-dente, em edições de 1922, exibir em sua coluna social o anúncio do casamento da inteligente normalista Herondina Rosa com Álvaro Machado, “operoso e distincto auxiliar téchnico do escriptório de agrimensura do Coronel Cardoso”. Havia ainda uma referência ao aniversário da “exma. sra. d. Zizinha Burle, virtuosa esposa do coronel José Burle”. Numa coluna de editais, o escrivão de paz José Álvares da Silva anunciava os próximos casamentos de Alcides de Salles Barbosa com Jovelina Hermeto da Silva e de Octávio Bento da Cunha com Maria Medeiros Barros.
Na agência Stella, de Nicanor Carvalho de Figueire-do, podiam ser comprados jornais, revistas, figurinos das mais afamadas marcas parisienses e inglesas, livros
de modinhas, lundus e cançonetas. Nela era vendida também a obra “Na Cidade da Pax”, peça teatral criada pelo tenente Armando Braga, impressa em cores pela tipografia Nascimento em 1921. Marcionílio Queiroz vendia o Jornal das Moças e os diários O Jornal e o Diário de Minas. E foi no Natal de 1923 que a garota Judith Guerra fez seu primeiro presépio, com a firme esperança de repetir tão belo trabalho nos anos seguintes. Algumas escrituras de imóveis, passadas nas primeiras décadas do século XX, traziam expressões como “... limitando-se a oeste com o majestoso Rio São Francisco...”, indício de que os escreventes de cartório tinham tempo para fazer alguma poesia. Mas nem tudo era poesia. Ainda não existiam as leis trabalhistas e as condições de saúde do povo deixavam
muito a desejar. A expectativa de vida do brasileiro girava em torno de 38 anos e a taxa de analfabetismo era superior a 60%. Em termos de custo de vida, os índices anuais de inflação estiveram em 10,3% (1917), 12,5 (1918), 10,1% (1920), 10,3% (1923) e 16,7% (1924).
Quantos Éramos - 1920
Segundo o recenseamento nacional levado a efeito em 1º de setembro de 1920, o município de Pirapora possuía naquela ocasião 17.237 habitantes, sendo 8.766 homens e 8.471 mulheres.