PIRAPORA IN CENA

RAMOS X NASCIMENTO - A RUPTURA
A Situação Política até 1919
A presença do poder econômico da família Masca-renhas em Pirapora foi aos poucos refluindo a partir de 1912, quando foi desativado o Depósito e quando foram colocadas à venda as fazendas que aqui possuíam (Prata, Paco-Paco, São Vicente, Maltez, Floresta, Viveiros e Várzea do Retiro), reservando-se apenas a Nova Estância. Em Curvelo, de modo geral, sempre fora sólida a posição política da família, nos primeiros anos do século XX. Isto tornava bem confortável a posição do Coronel Ramos em Pirapora, pelo menos nas duas primeiras décadas, quando eram insignificantes os casos de descontentamento com sua liderança local. Com folga, havia ele sido eleito por três vezes consecutivas para o mais elevado cargo da municipalidade. Não obstante as dúvidas que sempre pairam sobre as atas de eleições da Velha República, mas apenas a título de ilustração, registre-se o resultado da eleição realizada em 30 de janeiro de 1912, para a câmara federal. Em Pirapora, Sebastião Mascarenhas obteve 1.216 votos, contra 110 dados a Viana do Castelo. O Coronel Ramos comandava a câmara e o executivo, tendo ao seu lado o vice Antônio Nascimento, seu sócio e amigo. Era também o incontestável presidente local do poderoso Partido Republicano Mineiro, o PRM, tendo aí como vice o incondicional amigo Argemiro Peixoto. O juiz municipal, embora sempre preservasse sua po-sição de magistrado, era o velho amigo Euclydes Gonçalves de Mendonça (Dr. Duque). A polícia tinha como delegado o capitão Francisco Anunciação. Os juízes de
paz eram Raymundo Nascimento e Floriano Diniz. Esse grupo dava ao Coronel Ramos uma invejável margem de segurança. Sem espaço para os Vianas, existia em Pirapora um esquema montado com competência, um esquema para coronel nenhum botar defeito. A Oposição Aos estremecimentos havidos com Joaquim Lúcio Cardoso em 1901 veio somar-se a criação do Partido Republicano Municipal de Pirapora, em 1902, por iniciativa de Henrique Dias Coelho, Manoel Joaquim de Melo, Camilo José dos Santos e Manoel Conceição Araújo. A agremiação oposicionista, entretanto, não conseguia sensibilizar a opinião pública. Primeiro, porque era incontestável a capacidade de liderança do Coronel Ramos, que até então tinha os quatro irmãos Nascimento como aliados. Segundo, porque era praticamente impossível derrotar o partido do governo em plena República Velha. Pelo menos a curto prazo, não havia em Pirapora ambiente para uma reversão do quadro político. Em 1914, houve realmente um fato novo. No dia 29 de julho, Raymundo Soares de Santana desembarcou na
estação da Central do Brasil para cuidar da instalação da coletoria federal. Era homem dotado de espírito público e amigo dos Vianas de Curvelo. Entretanto, trouxe consigo o propósito de jamais fazer política em Pirapora, por mais insistentes que viessem a ser os apelos a ele endereçados. Os oposicionistas teriam que esperar, para ver até que ponto Raimundo Soares resistiria.
Notícias Amargas
Em 1919, o Coronel Ramos viu acontecerem três fatos que lhe tiraram o sono. O primeiro, ocorrido no dia 1º de janeiro, foi a virada na política de Curvelo, onde seu amigo Juvenal Gonzaga, mascarenhista, não era mais o agente executivo municipal, tendo sido substituído por Oscar de Araújo, genro de Viana do Castelo. O fato não foi, na realidade, uma surpresa, pois a substituição se dera em decorrência de acordo articulado na política curvelana dois anos antes. Mas as coisas que machucam não deixam de ser dolorosas pelo simples fato de já estarem previamente agendadas. O segundo fato o Coronel Ramos presenciou no Rio de Janeiro, no dia 15 de fevereiro daquele ano. Estava ele na então capital federal, no endereço da rua Senador Dantas, nº 14, quando, às dez horas da manhã, viu falecer seu sócio e amigo Antônio Nascimento. Dos quatro irmãos Nascimento, Antônio era justamente aquele com quem mantinha maior proximidade. Morto Antônio, cresceu na comunidade a figura de Fanor Cumplido, engenheiro da Central do Brasil, casa-do com Petrina Medeiros do Nascimento Cumplido, fi-lha única de Antônio Nascimento. Fanor Cumplido era homem inteligente, esclarecido, tinha liderança e capa-cidade. Gozava de largo prestígio na cidade e tinha o seu próprio espaço. Não havia dúvidas de que lhe caberia ocupar também o espaço deixado pelo sogro. Mas havia uma particularidade: Fanor não se julgava no dever de seguir a linha do sogro, não via o Coronel Ramos com bons olhos. Era favorável à alternância do poder, uma
aspiração, aliás, mais que legítima. O terceiro fato se deu também naquele ano de 1919. Paralelamente ao Partido Republicano Mineiro de Pirapora, presidido pelo Coronel Ramos, um grupo de cidadãos descontentes reestruturou, no dia 28 de maio, o Partido Republicano Municipal de Pirapora. Joaquim Lúcio Cardoso e seus amigos vianistas sentiram que não estavam tão sozinhos como parecia. Vislumbraram, pelo caminhar da carruagem, que muita gente boa poderia passar para o seu lado.
O Partido Republicano Municipal de Pirapora
Coincidência ou não, começaram a vir à tona, justamente em 1919, as divergências entre o Coronel Ramos e os três irmãos Nascimento remanescentes - Raymundo, Arthur e Álvaro. As amizades se esfriaram, houve um distanciamento e, consequentemente, ocorreu uma aproximação entre os nascimentistas de Pirapora e os vianistas de Curvelo. Em reunião histórica, realizada no dia 26 de março de 1920, o Partido Republicano Municipal de Pirapora foi reestruturado, sendo eleito o seguinte diretório: Raymundo Nascimento (presidente), Raymundo Soares de Santana (secretário), Joaquim Lúcio Cardoso, Franklin Quinta e Silva, Divino Nunes de Azevedo, Paulo Mariano Machado e Manoel Joaquim de Melo (membros). Para representar o partido junto ao Governo, foi escolhido Álvaro Viana, intelectual e político de Curvelo, ligado a Pirapora. Para levar suas idéias ao público, o grupo fundou o jornal O Município, cujo primeiro número foi dado ao público em 31 de março do mesmo ano, tendo Álvaro Viana e Fanor Cumplido como redatores.
As Razões da Facção Nascimentista
Os seguidores da facção nascimentista não aceitavam o fato de jamais serem escolhidos para a chefia do município. Os Nascimentos eram homens experientes, dinâmicos, honestos, capazes. Eram pessoas de valor que tiveram ao seu lado, ao longo dos anos, correligionários, parentes e amigos mais chegados que souberam dignificar a vida pública. Amavam Pirapora e estavam aptos a dirigi-la. O Coronel Ramos já havia sido eleito por três vezes consecutivas e não emitia maiores sinais no sentido de vir a dar maior espaço aos Nascimentos. A alternância do poder parecia não constar de seu vocabulário (os nascimentistas, por sua vez, coerentemente, após assumirem o comando, sempre procuraram revezar-se na chefia do município). Se, ao lado do Coronel Ramos, um Nascimento não alcançava a chefia da municipalidade, seria natural que o grupo buscasse um caminho alternativo, partindo para a competição.
As Razões da Facção Ramista
Os ramistas viam o problema de modo inverso. A administração do Coronel Ramos superava qualquer expectativa, por mais otimista que fosse o observador. Graças ao seu prestígio lá fora e à sua incontestável liderança aqui dentro, Pirapora havia dado um salto rumo ao progresso, dificilmente visto em outras localidades e em qualquer tempo. Era inegável que tal não teria ocorrido, se não fosse o Coronel Ramos o administrador da municipalidade. Foi um fenômeno o que se viu aqui, na época em que ele esteve no comando do município. Se o Coronel Ramos detinha, por seus dons naturais, a liderança política - que é indelegável - a entrega da administração a um terceiro poderia, no mínimo, gerar a duplicidade de comando, o que seria nocivo, mormente a uma comunidade nascente. As reeleições não feriam a lei, pois eram permitidas, e não feriam os costumes, pois em outras cidades ocorria a mesma sistemática.
Coisas da Política
Em resumo, os nascimentistas consideravam desejável a alternância no comando. Os ramistas achavam que não se mexe em time que esteja ganhando. A política, que não é uma ciência exata - e não faltam os que a têm como arte - costuma apresentar situ-ações como esta, em que dois grupos divergem, estando ambos com razão.
Uma Atitude Defensável
Estes primeiros líderes de Pirapora, ramistas e nascimentistas, empenharam-se em fazer o bem à comunidade, e o fizeram. O fato de haverem, num determinado momento da História, optado por trilhar caminhos diferentes não lhes subtrai o mérito de haverem exercido a boa política. As divergências são naturais, até saudáveis, não sendo justo lançar-se a culpa sobre a política e sobre os políticos pela divisão ocorrida. Política só é ruim quando, dela, os bons se afastam. Em nosso caso, as lideranças ramistas e nascimentistas, de alguma forma, continuaram na luta.
Partindo uma Cidade ao Meio
Ocorrendo a ruptura, que se tornou irreversível em 1921, muitas lideranças tomaram partido. Algumas assumindo a luta, de corpo e alma, outras apenas como simpatizantes de uma das facções.
Os Ramistas
Sob a batuta do Coronel Ramos, permaneceram no Partido Republicano Mineiro de Pirapora, entre outros: Adelino Afonso Baeta Neves, Afonso Diógenes Baeta, Alcides de Salles Barbosa, Allysson Faria (Coronelzinho), Américo Ferreira Lima, Antônio Moreira, Antônio Viçoso de Figueiredo, Argemiro Peixoto, Armênio Sarmento, Arquicioníades Gonçalves de Mendonça (dr. Nides), Astério Lobo, Carolino Hermeto da Silva, Celso Gonzaga Pereira da Fonseca, Cícero Passos, Clodoveu Soares de Matos, Cristóvão Faria, Euclydes Gonçalves de Mendonça (dr. Duque), Eugênio José dos Santos, Fe-lipe Alves Sampaio, Floriano Soares Diniz, Francisco de Paula Anunciação Severino, João Cyrino de Souza, Joaquim Fernandes Ramos Júnior (Quincas), Joaquim Rodrigues Santiago, Joaquim Trindade Cotta, José Álvares da Silva, José Caldeira Brant, José Justino de Oliveira, Justiniano José de Almeida, Marcionílio de Queiroz, Nicanor Carvalho de Figueiredo, Olímpio Costa, Oscar Paraguassu, Severo José da Cruz, Vitório Calazans, Washington Bernardes Barreto.
Os Nascimentistas
Assumiram o Partido Republicano Municipal de Pirapora, entre outros: Alfredo Lima, Álvaro Nascimento, Álvaro Teixeira Machado, Antônio Cesário da Rocha,
Armando Braga (o esposo de Dona Rita Santos, que não deve ser confundido com o comandante homônimo), Arthur Nascimento, Bento Rocha Barros (Bentoca), Caetano Rocha, Camilo José dos Santos, Clóvis Soares Diniz, Divino Nunes de Azevedo, Eurico Vilela, Fanor Cumplido, Franklin Quinta e Silva, Januário Cornélio Ribeiro, João Alves de Medeiros, Joaquim Lúcio Cardoso, José Emanoel Burle, José da Silva Maia, Júlio Batista de Souza, Khalil Sadler, Luiz Alves de Medeiros (Tota), Luiz Fulgêncio, Manoel Conceição Araújo, Manoel Jo-aquim de Melo, Manoel Maia Sobrinho, Martinho José de Souza, Oswaldo Nascimento (Vadote), Octávio Bento da Cunha, Paulino Carneiro, Paulo Mariano Machado, Pedro de Castro, Raymundo de Castro, Raimundo Medeiros, Raymundo Nascimento, Raymundo Soares de Santana, Rodolfo Malard, Sancho Ribas, Targino Lima, Targino Soares Diniz.
Uma Eleição Nada Pacífica
A primeira eleição municipal ocorrida em Pirapora após a ruptura de 1920, foi a realizada em 3 de de-zembro de 1922, valendo para o quatriênio 1923-1926.
Como não podia deixar de ser, os ânimos estavam exaltados. Pela primeira vez na história da comunidade, não foi pacífica uma eleição. Os dois partidos apresentaram seus candidatos e foram à luta. Para acompanhar os trabalhos de apuração, feitos no dia 23 do mesmo mês, Viana do Castelo veio de Curvelo e apresentou-se à junta apuradora, munido de procuração de candidatos nascimentistas. A esperá-lo, estava Argemiro Peixoto, pro-curador dos ramistas.
Argemiro Peixoto
Argemiro Peixoto nasceu em São Romão, em 12 de outubro de 1892, e chegou a Pirapora em 1908. Era jornalista e orador e exerceu os cargos de secretário da câmara municipal e de vice-presidente do diretório local do Partido Republicano Mineiro. Dotado de brilhante inteligência, foi um dos mais fiéis, competentes e aguerridos colaboradores do Coronel Ramos. Em 1925, mudou-se para Belo Horizonte em cuja prefeitura passou a trabalhar e onde veio a assumir depois o cargo de secretário. Formou-se em Direito e passou a exercer também a advocacia. Mesmo residindo fora, continuou a acompanhar com interesse a vida de nossa cidade, mantendo permanente contato com os amigos que aqui deixara. Faleceu em Belo Horizonte em 11 de fevereiro de 1966.
A Quarta Câmara Municipal
Findos os trabalhos de apuração da eleição de 3 de dezembro de 1922, cada facção publicou o resultado que lhe convinha. Prevaleceram obviamente os números apresentados pelo partido do Coronel Ramos, já que era ele quem gozava de maior prestígio junto ao presi-dente do estado, na época Raul Soares.
Os nascimentistas reclamaram e sua reclamação foi registrada em jornal local da época: ao final da apuração, o secretário da mesa fugira com o livro de atas e só o devolvera no dia seguinte, já lavrada e assinada, dando a vitória ao partido do Coronel Ramos. Desse resultado oficial, nasceu a seguinte câmara de
vereadores: major Américo Ferreira Lima (presidente e agente executivo municipal), Floriano Soares Diniz (vice-presidente), Euclydes Gonçalves de Mendonça,
Antônio Viçoso de Figueiredo, José Justino de Oliveira e Nicanor Carvalho de Figueiredo - todos estes do lado ramista - e mais Fanor Cumplido, único nascimentista. Tendo ocorrido, em 1924, o falecimento de Nicanor Figueiredo, sua vaga foi preenchida por Washington Bernardes Barreto. Para os nascimentistas, os realmente eleitos teriam sido: Antônio Cesário da Rocha, Caetano Rocha, Camilo José dos Santos, Fanor Cumplido, Octávio Bento da
Cunha, Raymundo de Castro e Rodolfo Malard. Foram ainda eleitos juízes de paz: Arthur Nascimento, Felipe Alves Sampaio e Celso Gonzaga Pereira da
Fonseca.
A Virada Nascimentista
Como já foi registrado, o Coronel Ramos, depois de se afastar da administração direta do município em 1922, ainda viu no comando da câmara e do executivo
dois correligionários seus. Em 1922, o major Joaquim Rodrigues Santiago, gerente da Empresa Viação do São Francisco, que completou o mandato iniciado em 1919. Em 1923, o major Américo Ferreira Lima, oficial reformado da polícia militar de Minas Gerais, eleito em 3 de dezembro de 1922. Os nascimentistas se viam de pés e mãos amarrados, pois, embora contassem com a declarada simpatia do poderoso secretário do Interior, Fernando de Mello Viana, não conseguiam superar o prestígio do Coronel Ramos junto ao presidente Raul Soares. Os ramistas continuavam, então, a dar as cartas. Entretanto, no dia 3 de agosto de 1924, para tristeza do Coronel Ramos, Raul Soares faleceu. E o pior estava por vir. Assumiu o vice-presidente Olegário Maciel, que convocou nova eleição, via assembléia legislativa, e o escolhido foi justamente Fernando de Mello Viana. Eleito presidente do estado, Mello Viana deu oportunidade a que os ventos do poder passassem a favorecer os nascimentistas em Pirapora. E a nossa cidade se tornava cada vez mais nascimentista. Na visita que Mello Viana fez ao município em 17 de maio de 1925, o então agente executivo municipal, o ramista major Américo, chegava a ser um estranho no ninho, dado o clima de euforia vivido pelos que lhe faziam oposição. O nascimentistas sentiam naquele mo-mento uma das mais gratas situações que a política ofe-rece aos que a exercitam: a expectativa do poder. Sabia a oposição ser iminente o naufrágio do barco até então comandado pelo Coronel Ramos e não via a hora de ver
escoar pelo ralo o grupo que até então detivera as rédeas do município.
A Briga dos Músicos
Um fato significativo, que bem refletiu a situação local, foi a briga ocorrida em 5 de março de 1925, entre as duas bandas de música, na esquina das ruas hoje denominadas Antônio Nascimento e Quintino Vargas. Em seu livro “Nossas Paróquias Mineiras”, frei Helano Van Koppen assim descreve o incidente:
“Em março de 1925, Dom Joaquim, de Diamantina, veio fazer sua visita pastoral, trazendo mais três padres. A recepção à estação ferroviária foi grandiosa: duas bandas de música! Bonito cortejo em diversos automóveis: O Sr. Bispo com o Dr. Malard na frente, no 1º carro, depois os padres em mais dois carros. E as bandas no meio a dos Ramos e a dos Nascimento...adversários políticos. Em certa altura da procissão, o maestro Nascimento provocou os músicos dos Ramos. O Ramos se defendeu usando como arma seu trombone na cabeça do Nas-cimento... a briga se generalizou... facas apareceram... músico nenhum ficou “de banda”... entrou também a polícia que prendeu o maestro Ramos e dois filhos seus... O Sr. Bispo, lá na frente, nada viu e ficou esperando, em frente da casa paroquial, as bandas passarem, mais veio uma só: a dos Nascimento. O Bispo ficou sabendo e pediram para ele interceder junto ao Delegado para soltar os Ramos. Mas Dom Joaquim não entrou nessa questão política. Na casa paroquial chegaram depois muitos pra-tos e doces finos e bolos, mas também de uma banda só: a dos Nascimento.”
Alegria para Uns, Tristeza para Outros
O fato é que, em junho de 1925, já estava mais que pavimentada a estrada que levaria um nascimentista à chefia do governo municipal. Com o sinal verde de Mello Viana, o resultado da eleição de 1922 foi novamente questionado, os ramistas se retraíram, seus seis vereadores foram sumariamente afastados e o major Américo deposto. Assumiram os seis vereadores nascimentistas que haviam sido preteri-dos no resultado anterior e que, juntos com Fanor Cumplido, compuseram a nova câmara municipal. Os seguidores do Coronel Ramos alegaram que se es-tava cometendo um ato de violência. Os nascimentistas
argumentaram que estavam apenas fazendo prevalecer, com dois anos e meio de atraso, o verdadeiro resultado da eleição de 1922. Essa nova câmara elegeu Rodolfo Malard para a presidência e para a função de agente executivo municipal, cabendo-lhe completar o mandato do major Américo, ou seja, até 17 de maio de 1927.
O Fim de uma Fase
Restou ao Coronel Ramos a tristeza de ver escapar de suas mãos a condução da cidade que ele tanto amava e à qual dedicara os melhores anos de sua vida.
Já doente, foi levado para Curvelo e lá, poucos dias depois, morreu.