top of page

OUTROS REGISTROS DA TERCEIRA FASE

Febre Amarela
Em 1926, a cidade assistiu ao desaparecimento de dezenas de seus filhos, vitimados pela “febre amarela”. Mais uma vez, ficaram evidentes a dedicação e o espírito humanitários dos médicos Amadeu Passos e Rodolfo Malard. Em 1940, foi instalado em Pirapora o posto do Serviço Nacional de Febre Amarela.



Jornais da Terceira Fase

No período, circularam em Pirapora os jornais São Francisco de Assis, O Esforço, O Commercio, A Luta, O Esporte, O Precursor e O Imparcial.



Bernanos

Nos anos de 1939 e 1940, a comunidade passou a contar no rol de seus habitantes com a presença do escritor francês, mundialmente famoso, Georges Bernanos (1888-1948). De Pirapora, ele enviava cartas imbuí-das de civismo e devotamento à sua pátria, incentivando seus companheiros à resistência ao nazismo. Uma de suas mais destacadas obras, “Les Enfants Humiliés”, foi escrita em Pirapora, além de cartas e publicações diversas. Em 1969, numa promoção do Clube Literário Inácio Quinaud, o professor Carlos Maciel da Cunha, doutor da Universidade de Paris, fez aqui uma palestra sobre Bernanos. Também o professor Hubert Sarrazin, autor do livro “Bernanos no Brasil”, fez em 1970 palestra so-bre o escritor, no Ginásio São João Batista. A pedido de Sarrazin, algumas pessoas da cidade, que aqui conviveram com Bernanos, fizeram seus depoimentos. Foram elas: Edmundo Boaventura Leite, Raimundo Boaventura Leite, Geraldo Ribas e Francisco Bandeira da Mota. Em novembro de 2002, o jornalista Sébastien Lapaque,  do jornal Le Figaro, visitou Pirapora para pesquisar sobre a vida e a obra de Bernanos. Manteve diálogos com Ivo das Chagas, Ivan Passos Bandeira da Mota e Simon Salt, um dos responsáveis por sua vinda. Posteriormente, publicou sua reportagem no referido jornal francês.



De Passagem

Declarado em 1942 o estado de guerra do Brasil contra o nazi-fascismo, submarinos alemães continuaram a torpedear navios nossos, provocando a morte de inúmeros brasileiros. Então, para se deslocar do leste e do sul do país para o norte e nordeste, a melhor alternativa passou a ser o rio São Francisco. Daí haverem passado por Pirapora, em 1944, um contingente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), rumo ao Nordeste, e um grupo de brasileiros recrutados no Centro-Sul para trabalhar como seringueiros na Amazônia. Na ocasião, atuaram na cidade os coronéis Edgardino de Azevedo Pinta e Frederico Cavalcanti, exercendo as funções de Coordenadores da Mobilização Econômica e de Comissários Reguladores do São Francisco.



A Frota de Veículos

Em 1943, estavam registrados na prefeitura municipal vinte veículos automotores, sendo oito automóveis, nove caminhões e três caminhonetes, a saber: um automóvel Ford, de aluguel, de Durval Pinheiro; um automóvel Ford V-8, de aluguel, de Arlindo Torres; um automóvel Ford V-8, de aluguel, de Joaquim Aurino Porto; um automóvel Ford V-8 da Navegação Mineira do São Francisco; um automóvel Ford-1930 da Companhia Indústria e Viação de Pirapora; um automóvel Ford-1931 de Rodolfo Malard; um automóvel Ford-1931 de Humberto Malard; um automóvel Ford, de aluguel, a gasogênio, de Adolfo Corrêa da Silva; um caminhão Internacional da prefeitura municipal; um caminhão Ford V-8 de Eloy de Oliveira Rosa; um caminhão Internacional de Joaquim Aurino Porto; um caminhão Ford-1939 de Arlindo Torres; dois caminhões Ford da Companhia Indústria e Viação de Pirapora; um caminhão Ford-1929 de Antônio Pedro da Silva; dois caminhões Ford de José da Silva Maia; uma caminhonete Ford de Nestor Malard; uma caminhonete Ford de Arthur Lopes; uma caminhonete Ford de Gabriel Miguel Saliba. Pirapora recebia uma quota mensal de dois mil litros de gasolina, pois, como o Brasil já declarara guerra ao Eixo Alemanha-Itália-Japão, o combustível estava racionado.



A Vida que se Levava

Fechados os cines Progresso e Avenida, começou a funcionar em 1926 o cine teatro Pirapora, de propriedade da família Paculdino Ferreira, de Montes Claros. O cinema ainda era mudo, mas Carlitos já provocava risos. Nos anos 30, essa casa passou a chamar-se cine Paculdino e, nos anos 40, cine Fênix. Em 1938, ao exibir
o filme “King-Kong”, inaugurou em Pirapora a técnica do cinema falado. Em 1928, chegaram a Pirapora os quatro primeiros aparelhos de rádio, adquiridos por Alcides de Salles Barbosa, Arthur Nascimento, Cícero Passos e Antônio Pedro da Silva. O primeiro gramofone pertenceu a João Bernardino Ferreira. 
Com o correr dos anos, aos poucos, outras famílias foram adquirindo seus aparelhos e um número sempre maior de pessoas já podia apreciar músicas de Zequinha de Abreu e vibrar com a voz de Vicente Celestino. Podia ouvir notícias do Brasil e do mundo, além dos reclames comerciais. Podiam ser ouvidas, com alguma dificuldade, as rádios Sociedade, Record e Mayrink Veiga. A partir de 1936, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro tornou--se líder de audiência, situação que se manteve por cerca de trinta anos. Os carros importados da Ford já não eram a única alternativa de compra. No início da década de 1930, Antônio Pedro da Silva se tornara revendedor da linha Chevrolet. Na mesma ocasião, os jovens passaram a ter ao seu dispor mais uma opção de lazer: passear na praça Carirys, já com o novo nome de praça Mello Viana, onde a prefeitura mandara construir um jardim e um coreto. Para formar o jardim, o prefeito Álvaro Nascimento foi ao grupo escolar e pediu que cada criança, no dia mar-cado, levasse à praça uma muda de planta. Foi a primeira procissão ecológica promovida na comunidade. À noite, podia-se ouvir música pelo serviço de alto--falante instalado por Mário Ribeiro do Vale. O estúdio ficava num cômodo existente junto ao restaurante Califórnia (hoje, entre as lojas Lojão da Praça e Pompéu Móveis). O jovem Eduardo José Hatem fazia as vezes de locutor e de técnico de som. Muitos se deleitavam com as saídas e chegadas de vapores. Ir à estação Central para ver o trem chegar ou partir era também um bom programa. Em tempo de chuva, os homens iam de galocha. Os índices anuais de inflação andaram na casa de 10,1% (1930) e de 14,7% (1936).



Quantos Éramos - 1940

Em 1940, feito o recenseamento nacional, o município de Pirapora mostrou os seguintes números:

- Distrito-sede :   10.817
- Lassance:    4.908
- Buritizeiro:  4.719
- Guaicuí:   2.116
- TOTAL:  22.560





Copyright 2013 Pirapora in Cena. 

bottom of page